Sierra Morena

Sim, eu confesso: é um diário. Ah, eu posso ser um pouco bobo se quiser, não é? Além do mais, não sei se alguém vê o que vejo no cotidiano. Vejo tanta coisa, qua faz pena deixar ir. Guardo então cá, essas impressões da minha vida. Afinal, uma aranha que parece jóia, é uma jóia de fato...

2.4.07

Micro demais...

Tanto tempo sem blogar. Culpa do mundo!!! A culpa sempre é do mundo...

Tratemos então de destruir o mundo:

Anercília andava pensando em Olavo mais que pensou em seu pai. Trocava as letras nos luminosos, e teimava em ver embassado todo o mundo a sua volta. Pensava só no dia em que ele voltaria para ela. Olavo preocupadíssimo com as novas aquisições da Grumnet.com, sua empresa de vídeo babás. O pai de Anercília morreria naquele mesmo ano, e seria tão pouco chorado...

Foi um choque quando aquela mulher ligou:

- Olavo, meu amor!
- Oi.
- Olavo?
- Sim, sou eu.
- Sou eu...
- Quem?
(silêncio)
- Quem é?
- Ninguém.

Desligou e chorou a madrugada inteira. Esperou cada segundo que ele ligasse de volta. Cada segundo sofria mais com a desesperança de nunca ser notada por ele. Anercília nunca foi a casa depois que ele voltou. Nunca teve coragem de saber se seria ou não um erro. Olavo mandou que trouxessem mais café.

O pai de Anercília lembrava claramente do balanço, Ana Clara (tão linda) e ele naquela tarde de sol...

* * *